Memória Descritiva...

São vários os relatos que podemos consultar nos “livros antigos da casa” se bem que existem praticamente todos, difícil foi a recolha de outros registos tais como fotografias (por razões óbvias e outras associadas a misteriosos desaparecimentos de alguns arquivos particulares)…

A começar pelo episódio da fundação, base da "Singela narrativa sobre a fundação e administração da nossa colectividade desde 1909 a 1915", datada de 30 de Dezembro de 1915, parte do relatório de contas desse ano, da qual se transcrever alguns desses dados relativos aos importantes anos da génese da nossa Colectividade.

"" Em 12 de Dezembro de 1909, por uma simples lembrança, reuniram-se nos baixos duma casa situada em frente à Travessa da Trindade, desta Vila, meia dúzia de operários numa noite de Dezembro, dessas noites invernosas em que o vento sopra rijo e fortemente, fazendo-se acompanhar de grossas botas para a água. Ali, combinaram fundar uma associação de pobres e humildes a que alguém se lembrou dar o nome de União de Mocidade Imparcial, sendo a designação aprovada por unanimidade por todos que assistiram à reunião, pois não desejavam que a sua colectividade tivesse qualquer fracção política, e assim, no meio do maior entusiasmo procedeu-se à nomeação dos primeiros corpos gerentes que assumiram administrá-la.
A nomeação recaiu nos seguintes associados:

Artur Gonçalves Basto, José Justino Rebelo, Heitor Serafim, José Inácio, Manuel Seixas, Manuel Pereira Júnior, José Maria Neves, José Esteves e António Rodrigues de Sousa
Combinaram depois que até ao final do mês tratassem apenas da inscrição de sócios e marcaram a primeira reunião de direcção para o dia 2 de Janeiro de 1910, para então tratarem diferentes assuntos relativos ao bom funcionamento e progresso da sua florescente colectividade.

Fiéis ao compromisso assumido, reuniram efetivamente no dia 2 de Janeiro de 1910 tratando de apreciar os requerimentos dos sócios angariados e substituir os vogais da direcção Manuel Pereira Júnior e António Rodrigues de Sousa, que, devido aos seus muitos afazeres, não podiam cumprir o juramento que haviam feito ao tomarem posse dos seus cargos, sendo respectivamente, substituídos pelos associados Albano Pinheiro e Damião Rodrigues de Sousa.
No dia 30 de Janeiro de 1910 reuniram novamente, sendo proposto pelo Sr. Artur Gonçalves Basto (principal impulsionador do desenvolvimento da nossa Colectividade), a fundação duma Caixa de Socorros, o que foi unanimemente aprovado, abrindo-se, para tal, uma quota entre os sócios, cujo valor se desconhece.
Tal como era costume das associações operárias, comemorou-se o 1.º de Maio, que é consagrado às classes trabalhadoras, tendo se realizado nesse dia os seguintes festejos:

Alvorada; missa e benção da bandeira; noite de espectáculo de gala no Teatro Circo, com o Sr. Comendador José Augusto de Barros (que havia oferecido a bandeira) a presidir então aos festejos desse dia.
No dia 9 de Maio de 1910 reuniu a Assembleia Geral para tratar diferentes assuntos de interesse para a Associação, dentre os quais se destacam os dois mais importantes.
- a mudança de nome que passou a ser União Artística Imparcial;
- a organização de um passeio de todos os associados e suas famílias à estância termal das Pedras Salgadas; o qual se veio a realizar em 21 de Agosto de 1910 com um grande número de pessoas (devido sem dúvida a ser esta a primeira vez que em Vila Real se organizou uma agradável iniciativa do género).        


» Primeiros Corpos Gerentes, escolha do nome da coletividade, início da primeira Caixa de Socorros e defesa do principio de assistência médica gratuita aos associados

No dia 24 de Março de 1911 foi realizada uma reunião entre os Corpos Gerentes em gestão até essa data, tendo sida apresentada por estes, o pedido de demissão colectiva, nomeando porém uma Comissão Administrativa composta pelos sócios: António Rodrigues Pinto, Miguel António Teixeira e Damião Rodrigues de Sousa, a qual mandou executar em três dias à primeira eleição de corpos gerentes.
Resultados dessa eleição:
Assembleia Geral: Miguel António Teixeira, Marcelino Maria de Sousa Coutinho, António Rodrigues de Sousa e Armindo Pinto dos Santos Machado
Direcção: Luís Teixeira Pinto, António Rodrigues Pinto, Domingos Ferreira Alemão, Manuel Alves dos Santos, José Maria de Morais, Damião Rodrigues de Sousa, Isaías Pinto, Macário Gabriel e José Bento de Morais.

Conselho Fiscal: Domingos Gomes de Barros, Miguel Guerra e Joaquim Matos
Depois destes corpos gerentes tomarem posse dos diferentes cargos para que haviam sido eleitos, a Direcção na sua primeira reunião resolveu, sendo do agrado de todos os sócios por essa resolução, mudar o nome de União Artística Imparcial, por não estar muito a propósito, pois a Associação devia, quando mais não fosse, cuidar da melhoria da situação não só dos Associados e suas famílias, como também dos interesses de todas as classes proletárias, sendo então escolhido o título de União Artística Vilarealense, nome que ainda hoje conserva e, francamente, o que melhor significa a existência da nossa associação.
Nesta reunião de 24 de Março de 1911 destaca-se ainda o importante papel assumido pelo Exmo. Sr. Dr. António Sampaio, que ofereceu gratuitamente à Associação os seus serviços clínicos, uma muito valiosa coadjuvação que automaticamente provocou a sua nomeação por aclamação para sócio benemérito.

Nessa reunião ainda foi proposto por um membro da Direcção que à Caixa de Socorros se desse o nome de Dona Virgínia Teixeira Bruillard, em virtude de ter dado provas evidentes de ser uma verdadeira e desvelada protectora das classes trabalhadoras. (desde a primeira hora a Associação teve bom acolhimento por parte da classe operária, pois era a primeira iniciativa do género em Vila Real).
Comunicado a Sua Exa. esta resolução, imediatamente respondeu, agradecendo a lembrança e enviando o valioso e importante donativo de 100$00 (cem escudos), que foram empregues na aquisição de títulos de dívida pública, garantidos pelo governo Português.
Como no ano anterior, festejou-se o 1 de Maio com um programa deslumbrante, próprio das festas realizadas, nesse dia por Associações congéneres, o que engrandeceu o mesmo, com a realização de um cortejo cívico, onde se incorporaram, além da Câmara Municipal, todas as colectividades desta Vila (4 carros com figuras alegóricas, ricamente vestidas).
Em 20 de Agosto de 1911 realizou-se uma excursão a Vidago e Pedras Salgadas que não desmereceu da realizada no ano anterior.
Neste ano foram aprovados os primeiros estatutos (que estiveram em vigor até 1950), havendo, por tal motivo, no dia 3 de Dezembro de 1911, uma sessão solene como regozijo por se ter conseguido a respectiva aprovação, uma das maiores aspirações dos sócios.

Desde a primeira hora, o ponto de vista financeiro e a sustentabilidade da Associação foi uma das pedras basilares, tal como se conclui depois de examinadas as contas entregues pela primeira Direcção, que ao terminar o seu mandato entregou o saldo de 45$24,5 respeitante à associação, e de 27$23 em dinheiro pertencentes à Caixa de Socorros, além de 93$00 em títulos de dívida pública, da qual haviam recebido com fundo existente apenas 90,5 !!!
[ o apenas e os !!! no documento original confirmam que 2$5 era um elevado número de dinheiro na altura]
Estes saldos no final do primeiro ano de vida, deram ensejo a que os sócios novamente escolhessem a mesma Direcção para presidir aos destinos da associação durante o ano de 1912, sendo, com raras excepções, reeleitos os mesmos camaradas.

A 5 de Fevereiro de 1912 foi solicitado pela direcção à Câmara Municipal desta Vila, a exemplo do que haviam feito várias câmaras do País, para que a uma das ruas ou largos de Vila Real, fosse dado o nome de "1.º de Maio", sendo atendida no seu pedido pela Câmara Municipal, que destinou para esse fim o antigo Largo de São Pedro.
No dia 24 de Março de 1912 foi criado na Associação um Curso Nocturno de instrução primária, que foi dirigido desde o seu inicio, generosa e gratuitamente pelo hábil professor de ensino primário Exmo. Sr. Henrique Nogueira, tendo conseguido submeter a exame alunos quase analfabetos quando começaram a frequentar o curso, que obtiveram altas e honrosas classificações.

A exemplo dos anos anteriores, realizou-se no dia 1 de Maio de 1912 a solenização da Festa do Trabalho, que se revestiu de um desusado brilhantismo. No cortejo cívico desse dia incorporaram-se 7 carros alegóricos, confeccionados a preceito e oferecidos pelos Bombeiros Voluntários, Voluntários de Salvação Pública, Associação Comercial, Tuna da União Artística Vilarealense, Luís Gonçalves, uma Comissão de operários da Arte de Pedreiro e carro da União Artística Vilarealense.
Esta foi a melhor que a Associação realizou até então, e que deixou não só entre Associados, como entre todos os Vilarealenses, as mais gratas e perduráveis recordações.
Em 15 de Julho de 1912, a Direcção resolveu, segundo o velho costume, organizar uma excursão, desta vez a Viana do Castelo - o jardim do Minho - em virtude de nos últimos anos ter sido feita a Vidago e Pedras Salgadas. Esta excursão não se chegou a realizar, por falta de número, embora o preço dos bilhetes fosse relativamente barato. Perderam, todas as pessoas que não conhecem Viana do Castelo, uma bela ocasião de visitar a mais bela terra minhota e desfrutar o panorama lindíssimo que se oferece à vista, subindo ao cimo do monte de Santa Luzia, onde estão principiadas as obras de um verdadeiro edifício, que seria uma útil lição para todos os camaradas da Arte de Pedreiro, e admirar o enorme depósito de água que abastece aquela cidade, bem como um sumptuoso hotel que, pela sua moderna construção, é digno ser visitado por todas as pessoas.
Em 15 de Outubro de 1912 oficiou a direcção ao Provedor do Hospital da Divina Providência desta Vila, que ao tempo era o Exmo. Sr. Fausto Rodrigues dos Santos Ribeiro, para que fossem fornecidos gratuitamente aos sócios da União Artística Vilarealense, os medicamentos necessários para as suas enfermidades, sendo atendido o seu pedido. Com esta concessão lucrou muitíssimo a Associação, pois inscreveu-se grande número de sócios que, com a sua propaganda em favor da Associação, captaram para esta a simpatia de todos os Vilarealenses.


Com o inicio de 1913, devido à boa orientação dada a esta colectividade pela Direcção que a administrou durante os dois primeiros anos, reuniu-se um grande número de Associados e constituídos em comissão, foram rogar-lhes para que mais um ano continuassem à frente da associação, ao que a maioria da mesma se recusou, sendo por esse motivo, eleitos para a direcção os seguintes camaradas: Domingos Gomes de Barros, Roldão Alves de Figueiredo, Miguel Gonçalves Guerra, Albano Pinheiro, Francisco Pinto de Matos, Alfredo Agrelos, José Bento de Morais, António Vasques Teixeira e Manuel Alves Janeiro.

Em 2 de Janeiro era assinado o termo de abertura do livro de actas do Conselho Fiscal, presidido então por Manuel Pereia de Azevedo, sendo os seus restantes membros: António Rodrigues Pinto e Manuel Alves dos Santos.
No dia 7 de Janeiro de 1913 foi organizado um Grupo Dramático, com o fim de evitar a grande exploração que vinha sendo feita não só a esta colectividade como a todas as agremiações desta Vila, por grupelhos estranhos à nossa Terra.
Em 4 de Fevereiro de 1913 oficiou a direcção ao concessionário da Luz Eléctrica, para que a mesma fosse instalada na Associação, rogando-lhe, ao mesmo tempo, um preço inferior ao designado pela respectiva tabela para o seu fornecimento. O Sr. Emílio Biel foi mais além neste pedido, concedendo o número de lâmpadas necessárias gratuitamente e todo o material preciso para a sua instalação. Já algumas vezes a fachada da associação tinha sido iluminada de luz eléctrica e nunca foi cobrada qualquer importância por aquela empresa.
Para que esta concessão fosse concedida muita contribuíram os esforços empregados pelo Sr. Guilhermino Gomes e pelo nosso camarada Roldão Alves de Figueiredo, junto do Exmo. Sr. Emílio Biel (grande amigo não só da nossa Colectividade como das classes trabalhadoras).

Em 9 de Fevereiro de 1913 o contínuo da União Artística Vilarealense era António Joaquim Ribeiro.
No dia 1 de Maio de 1913 efectuaram-se os costumados festejos, que não desmereceram dos realizados anteriormente. Foi nesse dia que o grupo dramático composto por amadores nossos companheiros, fez a sua estreia, agradando muitíssimo o correcto desempenho das peças que levaram à cena, e captando, desde então as simpatias do público que, no final do espectáculo, lhes fez uma entusiástica ovação.
A Sr. Dona Maria Alves Pereira, organizou durante alguns Domingos que precederam o 1.º de Maio, bazares de prendas, no Largo Conde de Amarante, abrilhantados pela banda de infantaria n.º 13, dos quais reverteu em favor do cofre da Caixa de Socorros, a quantia de 49$38.
No dia 17 de Agosto de 1913 teve lugar a terceira excursão a Vidago e Pedras Salgadas, sendo muito concorrida, pois acompanhou-a uma banda de música, que muito contribuiu para o seu grande entusiasmo. Desta excursão deu entrada no cofre da Caixa de Socorros, a quantia de 11$27, produto líquido.
No dia 21 de Setembro de 1913 foi a União Artística Vilarealense visitada pelo Grupo Musical Juventude Portuense, a quem foi feita uma recepção digna, ficando os visitantes muito gratos para com a nossa Colectividade, pela maneira verdadeiramente fidalga como por ela haviam sido recebidos.

(Durante este ano a Caixa de Socorros ficou ao cuidado do Dr. António José da Costa Sampaio, tendo sido o principal organizador dos seus estatutos).



No ínicio de 1914 tomaram posse os seguintes associados na Direcção da Associação: Roldão Alves de Figueiredo, José de Aquino Ribeiro, Albano Pinheiro, José Maria de Morais, Diogo Vieira da Silva, Manuel Alves dos Santos Júnior, Narciso Mendes Pereira, José Maria da Rocha e Francisco Pinto de Matos.
Durante este ano, a não ser uma administração feita com zelo e a realização em 1 de Maio da Festa do Trabalho, que revestiu uma certa imponência, nada há a registar, devido aos afazeres particulares de alguns membros da Direcção que se viram obrigados a abandonar os lugares que ocupavam, por não poderem desempenhá-los com a actividade que desejariam.
Em 1915 a Direcção era assim composta: Roldão Alves de Figueiredo, Jaime Rodrigues dos Santos, Manuel Pereira de Azevedo, Miguel Gonçalves Guerra, Lourenço José Nogueira. Luís Gonçalves, Lourenço Neto, António Rodrigues Pinto e Manuel Alves dos Santos. Esta Direcção sabendo que existia da parte dos habitantes de Vila Real um certo desinteresse pela União Artística, devido à orientação que julgaram ela possuir, empregou todos os seus esforços e boa vontade para reconquistar a simpatia do público, havendo sido coroado do maior êxito o seu trabalho. O maior exemplo é a atenção dispendida por vários cavalheiros e senhoras da nossa primeira sociedade, para a realização de dois espectáculos em benefício do nosso cofre. Ainda a inscrição de alguns sócios beneméritos, dentro dos quais o Exmo. Sr. David Albino Martins, de Lisboa e Joaquim Vitorino de Oliveira, nosso ilustre conterrâneo, cujas obras de verdadeira filantropia praticadas a estabelecimentos de caridade e as pobres desta terra, são por todos conhecidas.
A Festa do Trabalho realizada nesse ano, se não foi superior às transactas, pelo menos igualou em imponência e luminosidade. Foi infeliz este ano a direcção, pois como sabeis é do produto do espectáculo realizado no 1.º de Maio, que são custeadas todas as despesas feitas com a festa daquele dia, que ao contrário dos outros anos, em que sempre houve saldos, em 1915 resultou um défice de 49$63. A fim de cobrir esse valor que, por certo, viria dificultar a vida financeira da associação, foram organizadas duas sessões cinematográficas que se realizaram no Salão High-Life, generosa e gratuitamente cedido pela empresa António Gomes & Almeida, das quais ficou um saldo, depois de descontado aquele défice, da quantia de 19$15.
Para o bom êxito destas sessões muito contribuiu a coadjuvação prestada pelo Exmos. Srs. Guilhermino Gomes, José Augusto Pinto de Barros, Dr. António Sampaio, Dr, Joaquim de Azevedo, Estanislau Correia de Matos, Olindo Gomes Ferreira, D. Amélia Machado, Roque Pinto da Fonseca, João Fernandes e todo o pessoal daquela casa de diversões.

O corrente ano foi muito doentio, motivo porque a nossa Caixa de Socorros teve grandes despesas com medicamentos fornecidos aos associados, havendo dispendido no mês de Agosto último, a quantia de 18$29!
Com o fim de fazer face às despesas da nossa Caixa de Socorros, foi organizado no Teatro Salão, gratuitamente cedido pela respectiva empresa, um sarau dramático, no dia 24 de Outubro de 1915, do qual reverteu em favor da Caixa de Socorros, um saldo de 87$81,5.
Este sarau foi muito concorrido por parte do público, em virtude do seu fim altruísta e humanitário, tecendo-lhe a imprensa local, não só por esse motivo, como pela forma brilhante como ela decorreu, as mais elogiosas referências. É certo que isso se deve ás senhoras e cavalheiros, nossos conterrâneos que participaram no sarau, para cujo brilhantismo e bom êxito muito contribuíram as Exmas. Sras. Dona Isaura de Oliveira, Dona Maria do Carmo Barreira, Dona Matilde Costa, Dona Amélia Machado, a menina Maria Amélia Almeida, e os Exmos. Srs. Joaquim Vitorino de Oliveira, Dr. Mário de Oliveira, Dr. Henrique Botelho, Dr. Emídio Roque da Silveira, José Augusto Pinto de Barros, Ilídio Ruas, Artur Pedrosa, João Borges, Alfredo Melo, Olindo Gomes Ferreira, José Barreira, António Vieira Claro, José Coelho entre outros.
A Exma. Sr. Dona Virgínia Teixeira Bruillard, continua a dispensar à nossa Caixa de Socorros, a mais alta protecção, pois que, apesar de longe, não se esquece da obra altruísta que iniciou na nossa Associação - a fundação da Caixa de Socorros. As Sua Exa. tributam todos os sócios da União Artística, o mais profundo reconhecimento pelos benefícios que ela lhe vem prestando.
Apesar das contrariedades associadas a este ano, a sua direcção incansável conseguiu ver realizada a sua aspiração, apresentando saldos superiores a todas as outras sendo: 225$04,5 da associação e 405$44,9 da Caixa de Socorros, além dos papéis de crédito já mencionados.
Oxalá as futuras direcções saibam compreender a obra encetada até aqui e sigam os passos da direcção cessante que, com honra, brio e dignidade, terminou o seu mandato.””


Monumento a Carvalho Araújo

Deve-se sobretudo ao esforço da União Artística Vilarealense a construção do referido monumento na Avenida com o mesmo nome. Prova disso uma pequena parte do relatório de então:
“” Vem a União Artística Vilarealense desde 1918 trabalhando – e continuará a trabalhar cada vez com mais entusiasmo – para que em Vila Real seja erigido um monumento àquele que sabendo honrar a sua farda, enriqueceu com uma página brilhantíssima a nossa história e encheu de orgulho a sua e nossa terra – o imortal Comandante, do Caça-Minas Augusto Castilho : José Botelho de Carvalho Araújo.””
Além da União Artística Vilarealense, a colectividade mais humilde de Vila Real que se propôs levar a efeito tão justa homenagem, juntaram-se com todo o entusiasmo para a organização da Comissão, cavalheiros da maior respeitabilidade, o que muito concorreu para que a subscrição pública resultasse numa cifra superior a 120.000$00.
A execução da maquette foi confiada ao reputado escultor Anjos Teixeira.


Tendo por base o número único do jornal 1.º de Maio, datado desse dia do ano de 1920,edição da União Artística Vilarealense, conseguimos ainda destacar ainda outros factos relevantes da nossa história colectiva, nomeadamente alguns conterrâneos, Associados que contribuíram decisivamente para o alargamento do nosso raio de acção.
Direcção nesta data: António Rodrigues Pinto, José Manuel Pereira de Azevedo, Miguel Gonçalves Guerra, José Maria de Morais, Francisco Pinto de Matos, Germano José Nogueira, Avelino Ribeiro, Luís Gonçalves e Augusto Pádua.
“”…relativamente aos sócios beneméritos, nomeadamente os que ofereceram os seus serviços gratuitos para os Associados, destacam-se ainda os Exmos. Srs. Doutores Henrique Ferreira Botelho e António Feliciano.””
Neste período em que não existia serviço nacional de saúde, através da sua Caixa de Socorros a União Artística Vilarealense prestava auxílio na doença e, quando desempregados, assistência médica, remédios quando doentes e um subsídio para funeral.
A importância da Caixa de Socorros instituída em 1911, revelou-se crucial principalmente nas horas mais aflitivas, como foi o caso da epidemia da gripe – pneumónica, ou ainda no auxílio dos artistas de Vila Real minorando a sua desgraça.
Graças à proximidade com o sócio benemérito, o Senhor Visconde de Morais, (J.J.P. de M, reconhecido benemérito de ambos os lados do atlântico), fortes foram os laços de proximidade nomeadamente com a cidade do Rio de Janeiro, resultando de um vasto espólio para a nossa colectividade nomeadamente de livros brasileiros. Este notável, natural de Sabrosa desempenhou um forte papel de ajuda económica aos mais desfavorecidos (de ambos os lados do Atlântico), revestindo-se de especial importância esse apoio aquando da crise de enfermos originada pela gripe pneumónica.
Outros dos beneméritos em destaque na referida publicação é Emílio Biel (“”comerciante e industrial, que com a sua preserverança conseguiu que Vila Real fosse a segunda terra do país a gozar do alto benefício da luz eléctrica… entusiasta pelas maravilhas naturais da nossa terra, responsável por belas fotografias afixadas nas carruagens do Caminho de Ferro com paisagens e monumentos deste rincão ocidental... forneceu generosamente, sem que para isso fosse solicitado, todo o material de iluminação além da luz consumida pela União Artística Vilarealense.””) e Joaquim Victorino de Oliveira (“”Vilarealense ilustre, figura par droite de conquête…””, fez fortuna no Brasil, e vasta obra de beneficência no Pará - Brasil… “”protector da União Artística Vilarealense, com o seu nome e auxílio mais tem ajudado a sua existência e progresso””).
Ainda pela entrevista publicada neste documento, concluímos o importante civil que desempenhou a nossa Associação, nomeadamente em 1 de Março de 1920, quando defendeu a conservação e engrandecimento do Asilo de Infância Desvalida quando este encerrou portas nesse referido ano.
Segundo o mesmo documento transcrevemos ainda as contas de 1 de Janeiro de 1919 a 31 de Março de 1920:
Receitas:
Donativo da Exma. Sr. D. Maria Teixeira Brouillarde 100$00
Donativo do Sr. Visconde de Morais 100$00
Donativo do Sr. Joaquim Victorino de Oliveira 25$00
Saldo do espectáculo 1 de Maio 134$20
Total : 621$03
Despesa medicamentosa: 300$84
Funerais: 73$00
Expediente: 3$50
Saldo: 243$60
Papeís de Crédito: 703$48
Caderneta da Caixa Económica Portuguesa: 908$21

Em 30 de Novembro de 1919 por alvará do Governo Civil de Vila Real a União Artística Vilarealense via serem reconhecidos os seus primeiros estatutos registados na Secretaria do Governo Civil sob o número 1727, Livro 15, Folhas 286.

De diversa correspondência interna, e outra recebida do exterior…

A 1 de Maio de 1921 foi enviado á D. Virgínia Teixeira Brouillard (Rua do Carmo, 5 , 2.º Lisboa) o agradecimento pelo reconhecido donativo de 100$00 recebido.

A 29 de Junho de 1921 faleceu o grande benemérito Dr. António Sampaio, que durante muitos e longos anos muito honrou a UAV com a sua competência de médico ilustre, uma grande perda de um tão valioso e leal colaborador que, sendo também um exemplo vivo e raro de dedicação pelo trabalho, do amor, da fama e da caridade pelo próximo, era uma das melhores personificações das mais elevadas qualidades do carácter que podem ser apresentadas como modelo a seguir.

Em 16 de Outubro de 1921 após Assembleia Geral é feito o agradecimento formal ao Dr. Henrique Ferreira Botelho por este ter aceite o espinho cargo de médico da UAV.

Em 22 de Outubro de 1921 em Assembleia Geral realizada foi decido realizar pelo grupo dramático ( a cargo de Manuel Gonçalves Pureza, 2.º sargento ajudante em Vila Real) um espectáculo de gala a 11 de Dezembro desse ano, para solenizar a data da fundação da UAV.

A 9 de Novembro de 1921 foi enviado um telegrama á D. Vírginia Teixeira Brouillard (Rua Nova do Carmo, 43 – 2.º Lisboa) felicitando a sua desvelada protectora pelo seu aniversário natalício.

Por ocasião do aniversário de Visconde de Morais (Rua da Alfandega,n.º 10 Rio de Janeiro) a 15 de Novembro de 1921 foi enviado um ofício com saudações e desejos de que a data se repetisse por longos anos para ajuda dos pobres e da UAV sempre presentes na sua vida.

A 30 de Dezembro de 1921 foi enviado um ofício á Farmácia Batista para efectuar o pagamento de qualquer dívida e cancelamento de conta da UAV relativa a receitas médicas.

Em 5 de Janeiro de 1922 é comunicado ao Visconde de Morais a criação de uma caixa de subsídios “Visconde de Morais”, após a sua prévia aprovação em A.Geral, que  em homenagem ás suas nobres qualidades e cujo fim seriam socorrer com subsídios pecuniários os associados da UAV, quando impossibilitados de trabalho por motivo de doença. Nesse ofício refere-se que assim ficaria suavizada a vida difícil que o operário atravessava quando doente e sem outros recursos, conferindo-lhes a UAV, médico, medicamentos e funeral pela caixa de socorros D. Virginia Teixeira brouillard e subsídio pecuniário pela Caixa de Subsídios”Visconde Morais”.
Dessa comunicação destaca-se ainda a intenção dos corpos gerentes de alargar a sua esfera de acção criando outras secções de assistência aos seus associados e famílias para assim os arrancar da mendicidade, tais como uma cantina escolar para filhos dos sócios poderem frequentar as escolas arrancando-os ao analfabetismo que tanto têm concorrido para a decadência do nosso país. “Esta secção torna-se-nos difícil e por agora impossível devido á falta de dependência necessária para tal fim, pois que devido ao acanhado espaço de que dispomos na sede da Associação, fomos obrigados este ano a suspender o curso nocturno que há anos vínhamos sustentando e que tão bons resultados vinha dando, mas devido á grande carência das rendas de casa, pois que só por uma pequena sala pagamos 180$00 renda esta que muitas vezes afecta a vida económica da nossa Associação.”
A inauguração da referida Caixa de Subsídios ficou agendada para 1 de Maio próximo, dia consagrado ás classes operárias. 

Nesse dia 5 de Janeiro foi enviado agradecimento a Joaquim Vitorino de Oliveira (Avenida da republica, n.º42 r/Chão – Lisboa) pelo seu donativo de 25$00 á Caixa de Socorros.

Em 23 de Março de 1922 já se estava a preparar a solenidade de mais um 1.º de Maio, onde seria inaugurada a Caixa de subsídios Visconde de Morais.

A 14 de Novembro de 1922 foram enviados votos de mais um feliz aniversário ao Visconde de morais e felicitações pelo seu papel patriótico na recente visita ao Brasil do chefe de estado português.

No dia 25 de Novembro de 1922 foi enviado um telegrama ao Dr. Nuno Simões (Pátria Jornal – Lisboa) onde se agradecia profundamente a reconhecida valiosa intervenção junto do Ministro do Trabalho para que lhe fosse concedido o valioso subsídio de 3000$00 para a nossa caixa de socorros, que então passava sérias dificuldades para sustenção financeira, face á carência de medicamentos e artigos para funerais.

Logo depois e por iniciativa da UAV décimos promover a construcção de um monumento ao glorioso oficial da marinha
Carvalho Araújo, filho desta Terra e cujo heróico acto de abnagação e heroísmo veio honrar a história da nossa Pátria com um ods seus mais brilhantes feitos. Para que tal acto, não seja esquecido, como infelizmente parece estar, e ainda para perpetuar e atestar aos vindouros o reconhecimento eterno dos seus conterrâneos esta agremiação tomou esta inicativa. Sendo uma tarefa pesada para ser apenas nossa foram enviados ofícios a solicitar a preciosa colaboração, nomeadamente ao General da 6.ª divisão Militar, ao Governador Civil de Vila Real, ao Presidente da Cãmara Municipal de VReal, ao Dr. Pedro Serra, á Sr.Dona Margarida e António Fernandes Varão, ao Dr. João Avelino Pereira Mocho, Francisco Santos Mesquita, Américo Gomes da Costa, Joaquim Taveira de Azevedo e Sarmento de Beja.

A 1 de Maio de 1923 tomou parte na sessão solene  de comemoração do dia das classes operárias na associação das Quatro Artes da Construcção Civil.

Foram realizadas eleições a 30 de Dezembro de 1923 e o presidente da Direcção passou a ser António Rodrigues Pinto, antes era A. Roldão.

De destacar que no ano económico de 1922-1923 foi pela primeira vez atribuído um subsídio á UAV pelo Instituto de Seguros Sociais devido ao seu papel social.

A 1 de Janeiro de 1924 foi comunicado ao Dr. Nuno Simões que com o intuito de garantir o maior número de benefícios e vantagens aos seus associados iria ser criada na sede uma Biblioteca onde os associados poderiam encontar elementos para promover e desenvolver a sua cultura intelectual e moral; e em virtude dos relevantes serviços prestados por este á UAV decidiu a Direcção a 8 de Dezembro de 1923 colocá-la sob o seu alto patrocínio designando esta por Biblioteca Dr. Nuno Simões.

A 4 de Janeiro desse ano foram elaborados ofícios a fim de ser solicitado junto de alguns autores a cedência de algumas das suas obras para enrequecimento da recém criada biblioteca.
Dr. Eugénio de Castro, Dr. Manuel da Silva Gaio, Dr. Alves dos Santos, Dr, Mendes dos Remédios, Dr. Fortunato de Almeida, André Brun, Albino Forjaz Sampaio, Afonso Duarte, Dr, Joaquim Manso, D. Carlota Serpa Pinto, Rocha Martins, Aquilino Ribeiro, Raúl Proença, Dr. Júlio Dantas, Dr. Augusto de Castro, Dr. Jaime Cortesão, Dr. Brito Camacho, Dr. Leonardo Coimbra, Domingos Monteiro Pereira, Pina de Morais, Dr, Trindade Coelho, Dr. Manuel Cardona, Dr. Sebastião Ribeiro.

Em reunião de 7 de Janeiro foi concedido voto de pesar pelo falecimento de Joaquim Gonçalves Taveira de Azevedo e Manuel Pereira de Azevedo.

Em comunicado de agradecimento pelo espectáculo do 14 aniversário sabemos que nele participaram o grupo dramático dirigido por Manuel Pureza, a Tuna da União Art´sitica Vilarealense. Nessa mesma data, a 8 de Janeiro foi enviado um voto de pesar pelo falecimento da filha do Dr. Henrique Botelho.

Em 29 de Junho de 1924 foi comunicado á nossa benfeitora D.Virginia Teixeira Brouillard (Rua da Beneficiência n.º 81, 3.º D)o imenso jubilo pela noticia publicada nos jornais locais que dava conta do levantamento da interdição imposta, dando conta que sempre a UAV referiu que a seu tempo em breve justiça lhe seria feita como veio a acontecer.

Por deliberação de reunião de Direcção de 8 de Agosto de 1924 foi proposta a convocação de uma assembleia geral para alteração da data de comemoração do aniversário da UAV para o dia 1 de Novembro e ainda para alteração de quotizações.

A 11 de Setembro por proposta da Direcção foi convocada uma Assembleia Geral para aprovação do Regulamento interno da caixa de subsídios Visconde de Morais.

Em 5 de Novembro de 1924 em oficio enviado ao Visconde de Morais confirma-se a criação da Caixa de subsídios Visconde de Morais no dia 1 de Novembro, a quando do aniversário da fundação, como feito de sincera e justa homenagem e cujo fim era subsidiar os associados quando impossibilitados de trabalho por motivos de doença, devendo esse subsídio estender-se á invalidez quando as condições financeiras da referida Caixa o permitirem.”Com a criação da Caixa de subsídios Visconde de Morais completa a UAV, a sua obra humanitária de assistência, dando ao mesmo tempo uma satisfação á sua consciência, prestando a justa e merecida homenagem a um dos seus desvelados protectores.

Em 1 de Novembro de 1924 realizou-se o 15.º Aniversário com a actuação do habitual grupo dramático e a Tuna da UAV.

Em 23 de Dezembro de 1924 foi expresso um voto de profundo sentimento pela morte de Sacadura Cabral, verdadeira glória de Portugal.

Em 22 de Dezembro de 1924 foi atribuído o título de Sócio Benemérito da Caixa de Subsídios Visconde de Morais a António Vieira Claro e Elias de Souza.

Nas eleições que se seguiram o presidente eleito foi Domingos Gomes de Barros, primeiro secretário Âmandio Ferreira e Tesoureiro Adolfo Pereira de Azevedo.

Em reunião de Direcção de 6 de Abril de 1925, foi presente um ofício da Sociedade de Defesa e Propaganda de Vila Real, no qual pedia para ser nomeado um delegado da UAV a fim de reunir todas as 4.ªas feiras na casa do Exmo. Sr. Dr. Álvaro Pereira Guedes na Rua Direita, a fim de promoverem e tomarem conhecimento de assuntos respeitantes ás Festas da Cidade a realizar em Junho desse ano. Por unanimidade foi proposto o sr. António Rodrigues Pinto para o efeito.

A 24 de Abril desse ano em ofício interno foi solicitado ao presidente da Tuna que fizesse sair a Tuna nos festejos desse ano do 1.º de Maio, a fim de brindar e cumprimentar os sócios beneméritos e autoridades locais. Ainda nessa reunião foi enviado um voto de sentimento pelo falecimento da esposa do Dr. Henrique Botelho. Resultou ainda um ofício enviado ao Bispo de Vila Real de então, acompanhado de uma proposta de sócio da UAV.

Em 17 de Julho de 1925 foi pedido ao Director do Instituto de Seguros Sociais, com sede em Lisboa para que nos fosse atríbuida uma verba de 5000$00, destinada ao auxílio dos associados, distribuindo-lhes subsídios quando os mesmos se encontrassem doentes ou incapacitados de trabalhar. Neste ofício era feita ainda referência ao facto de este encargo ser relativamente avultado devido ao número elevado de associados. A verba seria destinada a custear as despesas dos funerais, cujos meios não permitam ás famílias fazer face a esse encargo. Nesta data a UAV tinha 2 médicos que, generosamente, e com, todo o desinteresse, prestam os seus serviços, mas a quem a UAV tem o inegável dever de gratificar. A UAV tinha ainda nesta altura um curso de instrucção primária.
Face ás despesas inerentes é ainda referido nesse ofício que a obra da UAV já se teria dissolvido e deixado de prestar os seus benefícios se não fosse a generosidade de alguns dos seus sócios beneméritos dessa altura e a consessão de alguns subsídios, entre os quais o daquela Instituição desde 1922-1923.

A 4 de Setembro de 1925 faleceu D.Virginia Teixeira Brouillard deixando no seu testamento como herdeiro o Hospital da Divina Provid~encia de Vila Real, com várias obrigações, entre elas de dar no dia 1.º de Maio de todos os anos á Caixa de Socorros chamada D.Virginia T. Brouillard da UAV, da cidade de vila Real, a quantia de 200$00.

Em 18 de Outubro de 1925 foi solicitado ao Presidente  da Tuna para abrilhantar a sessão solene de dia 1 de Novembro pelas 13h com alguns trechos de musica durante a mesma sessão., bem como o espectáculo de gala a realizar pelas 20h no Teatro Circo, tocando também algumas músicas nos entre actos.

Nesse aniversário foi prestada homenagem ao Comendador António Ferreira Botelho (Rua D.Clemente 109 . Rio de Janeiro – Brasil).
Sabemos ainda que a casa Morais Serrão emprestou gratuitamente os móveis e adornos para o espectáculo.

Em 27 de Dezembro de 1925 foi realizada uma nova eleição e já em 1 de Janeiro de 1926 e sob a presidência de António Rodrigues Pinto sabemos que por interferência do Dr. Nuno Simões (R. Luciano Cordeiro, 24 – 1.º Esdquerdo Lisboa) nos tinha sido concedido o referido subsídio atrás referido de 5000$00.
Faziam parte da restante Direcção, o secretário Afonso José Gonçalves Aranha e Tesoureiro: Agostinho Celestino da Silva.
Em 13 de Janeiro a Direcção informa o presidente da Assembleia Geral , Manuel Alves dos Santos que decidiu por unanimidade reformar os estatutos nomeando uma comissão para o efeito: Estanislau Cramez e Afonso José Gonçalves.
Em 18 de Janeiro eram médicos da Associação o Dr. Henrique Botelho e o Dr. António Feliciano.
A 9 de Março de 1926 foi enviado um voto de profundo sentimento pelo falecimento do saudoso sócio benemérito e ilustre cidadão, Joaquim Victorino de Oliveira, a quem esta Associação muito devia. Sendo por isso colocada a bandeira a meia haste e foram encerradas as portas da sede por 3 dias.
A 13 de Abril foi solicitado ao seu Presidente a realização de uma Assembleia Geral (realizou-se a 21) a fim de se aprovarem os novos estatutos e se deliberar sobre outros assuntos, nomeadamente a participação com um carro alegórico nas Festas da Cidade.
A 1 de Novembro pelas 13h realizou-se a sessão solene do 17.º Aniversário. Para este aniversário foram enviados a 26 de Outubro ofícios convite ao Dr. Henrique Botelho, Dr. António Feliciano, Estanislau Correia de matos, Albano Aires, Henrique José Nogueira, Associação das 4 artes, Associação dos Empregados do Comércio, Presidente da Assembleia Geral. Foi realizado nesse ano a Taça União Artística Vilarealense, nomeadamente com 2 desafios de futebol em benefício da colectividade, o 1.º teve lugar no dia 31 de Outubro no campo do Sport Club de Vila Real e o 2.º no dia 1 de Novembro no campo desportivo de salvação (onde jogava o grupo desportivo de salvação pública). Nesses jogos sabemos que devido á polémica no segundo jogo, as equipas em campo foram o já referido  grupo desportivo de salvação pública vs. Voluntário, e a equipa de arbitragem foi chefiada por Afonso Aranha e ainda por Maximiano Gomes da Silva, Tenente César da Costa Gomes e César Pinto dos Santos. A final do torneio veio a ser disputada a 14 de Novembro no Campo Desportivo de salvação Pública entre o Voluntário (vencedor do referido jogo polémico) e o Sport Club de Vila Real.
Em ofício enviado ao Sport Club de Vila Real e ao Voluntariado Sport Club em resposta e em agradecimento pela valiosíssima colaboração que lhe prestou por ocasião do 17.º Aniversário, pode ler-se que a UAV ficaria incondicionalmente ao dispor do SCVR para tudo em que lhe possa ser prestável.
A 16 de Dezembro foi enviado em resposta a um ofício do Governador Civil de Vila Real a quantia de 100$00 para os sinistrados do Faial.
A 26 de Dezembro de 1926 realizou-se mais uma eleição da Direcção da UAV. O seu presidente passou a ser José Manuel Gaspar, o secretário, Afonso José Gonçalves Aranha e Tesoureiro, Albano Pinheiro.



Do livro das actas da Tuna da União Artística Vilarealense, com termo de abertura de 3 de Janeiro de 1924, assinado por Avelino Gomes Moreira,
conclui-se que a primeira reunião decorreu nesse dia pelas 20 horas no salão da UAV, por iniciativa de Elias de Sousa, com o propósito de criar uma tuna orquestral, tal como intenção da Direcção, expressa nas actas 172 de 1922 e 175 de 1923. Nessa reunião marcaram ainda presença: Manuel Pinto de Freitas, Joaquim Gomes da Costa, Avelino Ribeiro, Artur de Carvalho Barrias, Manuel Augusto, e seu filho, José Augusto, Augusto Pádua, José Ferreira, José Maria Sobino, Francisco Montesinhos, e seu filho, José Montesinhos, Avelino José, Amaro Machado de Almeida, Lourenço Henrique Ferreira, Acácio Alfredo Flores da Cal, Avelino Gomes Moreira e Luis Augusto da Silva, sendo estes 18 elementos os seus primeiros elementos.
A Direcção da Tuna ficou entregue a Elias de Sousa (Presidente), Avelino Gomes Moreira (1.º Secretário), Artur de Carvalho Barrias (2.º Secretário) e Avelino Ribeiro (Tesoureiro). Foi ainda deliberado que, o primeiro porta bandeira da Tuna seria José Sobino, substítuido nos seus impedimentos por Avelino José.
Nessa primeira reunião foram ainda alvo de aprovação as quotizações dos seus elementos ( 1$80 centavos mensais) e a jóia de inscrição de 5$00 para os novos elementos.
A 10 de Junho desse mesmo ano a Tuna já tinha adquirido um violoncelo por 300$00 e um clarinete por 150$00, compras que se consideraram vantajosas apesar de não existirem fundos para tal aquisição. Assim os elementos da Tuna efectuaram um empréstimo à mesma, reunindo 221$00.  Foi expresso ainda nessa reunião a estima e agradecimento pela contribuição de 50$00 dada pela viúva do “estimado industrial” Manuel Pereira de Azevedo, e a colecta realizada pelo Associado Avelino Ribeiro que consegui reunir junto dos seus amigos a quantia de 99$50.
A 12 de Janeiro de 1925, existia um saldo de 279$45, além de um flauta e dos instrumentos acima referidos. Nesta data foi dado um voto de louvor ao Presidente da Tuna, Elias de Souza pela boa vontade demonstrada no desempenho do seu cargo e ainda um voto de engrandecimento a Lourenço Ribeiro pelo seu zelo, boa vontade e competências comprovadas  ao serviço da Tuna.
Em 8 de Fevereiro de 1926 numa outra reunião em que a presidência passou a ser assumida por António Rodrigues Pinto, em termos de contas se conclui que existia um depósito no banco Ultramarino de 400$00 e 86$85 em mão.
Em 13 de Janeiro de 1927 assumiu a Direcção, Faustino Lopes da Costa.
Nessa altura foram concedidos dois votos de louvor, um a João Gualherto Delrisco pelo serviço (“favor”) que prestou por ocasião das festas da Associação Artista, e o outro a José Montesinhos, maestro da Tuna nessa data.
A 13 de Fevereiro desse ano a Tuna com os seus instrumentos e bandeira participou na recepção que decorreu na estação ferroviária ao Bispo da Diocese, acompanhando de seguida o respectivo cortejo.
Em 22 de Junho de 1927 foi nomeada uma nova Direcção encabeçada por José Manuel Gaspar.
De realçar também nessa data, a saída, por vontade própria do benfeitor da Tuna, Francisco Dias Montesinho, tendo cedido a esta os seus direitos tanto em dinheiro como em instrumentos, e ainda a nomeação de Avelino Ribeiro para o cargo de mestre da Tuna.
Em 27 de Junho de 1927 Avelino Ribeiro tomou posse como mestre da Tuna, e nessa altura foi também alterado o valor de quotização a cobrar a novos elementos que passou a ser de 2$50 mensais.
Foi ainda aprovado que no caso dos elementos da Tuna se encontrarem doentes ou desempregados, não lhes fosse cobrada qualquer quotização e foi alterada a possibilidade de cedência ou empréstimo de qualquer instrumento aos elementos da Tuna, possível até essa altura.
Da acta dessa reunião pode-se ler os dias estabelecidos para os diversos sectores da Tuna: “Segundas, Quartas e Quintas para ensaios; Terças, Quintas e Sábados para Solfejo; com entradas pelas nove horas”.
Nesta acta encontra-se ainda referenciado o ensino de viola, de flauta, de solfejo e de violino.
Em reunião de 12 de Fevereiro de 1928 foi deliberado que os membros da Tuna não poderiam fazer parte de nenhuma outra Tuna, nem poderiam fazer serviço estranho à UAV, sem o consentimento da Direcção ou da Assembleia Geral.
Sabemos ainda que a Tuna reuniu em 5 de Março de 1928, contudo nem essa acta está concluída, nem se afiguram neste livro outras informações relativas à história da Tuna da União Artística Vilarealense.

De diversa correspondência interna, e outra recebida do exterior…

Em 21 de Maio de 1927 em oficio enviado ao sr. Visconde de Morais, refere-se que foi em 1926 que a Caixa de Subsídios Visconde de Morais começou a funcionar em pleno, com reconhecido papel de carácter e humanitário, sendo aí reconhecida a importância que logo que as circunstâncias o permitam a intenção de transformar a Caixa em Caixa de Reformas Visconde de Morais, a fim de na impossibilidade de trabalhopor invalidez, ser assegurado o sustento dos seus associados.
Em 25 de Outubro de 1927 foi feito o convite para a sessão solene do 18.º Aniversário, dia 1 pelas 13h a Dr. Henrique Botelho, Dr. António Feliciano, Sr. Estanislau C. de matos, Albano Aires, Henrique José Nogueira, Associação 4 Artes, Presidente da Associação dos Caixeiros, Presidente da Assembleia Geral.

Em 15 de Janeiro de 1928 foi eleita uma nova Direcção constítuida por António Rodrigues Pinto, secretário: Afonso Gonçalves Aranha e Tesoureiro: José Manuel Gaspar. 15 cobertores foram doados a famílias mais carenciadas.
Em 25 de Março em oficio enviado ao presidente da Associação Comercial de Vila Real era comunicado que sobre o assunto dos impostos a lançar pela Câmara Municipal, concordava em absoluto com as deliberações tomadas pelo executivo, em virtude de se reconhecer em tais medidas um grande valor para o engrandecimento da nossa cidade (uma referência apenas ao abastecimento de água). Nele se pode ler: sendo esta colectividade representante das classes pobres, e sendo por tal motivo estes os mais prejudicados, reconhece todavia, que os referidos impostos em pagamento são justos pelo facto acima exposto.”
Em 31 de Maio de 1928 a Mesa Administrativa do hospital da Divina providência ainda não tinha pago a anuidade relativa aos anos de 1926,1927 e 1928 tendo sido por isso enviado ofício exigindo o seu pagamento com os devidos juros de lei (6%) pela falta de pagamento. A 8 de Agosto novo ofício dava conta da não resposta anterior.
A 30 de Dezembro de 1928 realizou-se uma nova eleição. Presidente: José Manuel Gaspar, Secretário: âmandio Ferreira Tesoureiro: Manuel Alves Ganeiro.

Em 29 de Março de 1929 em ofício enviado a Aldero Simões de Famalicão sabemos que este ofereceu 6 livros á biblioteca da UAV.
A 9 de Abril em ofício enviado ao Dr. Alberto Pinto Lisboa de Vila Real sabemos que este, ofereceu 190 livros á referida biblioteca. Nessa altura, também em ofício enviado para Lisboa, para a residência do Dr. Nuno Simões a UAV depois da visita deste, de modo oficial saúda aquele que então era o seu mais desvelado proctector.
Em 11 de Agosto de 1929 por iniciativa do Presidente da Assembleia Geral reuniram os Corpos Gerentes a fim de estudar a melhor maneira de se levarem a efeito as festas da cidade no ano de 1930. Nessa altura o sr. Maximiano Gomes da Silva, membro da Direcção da Associação Comercial informou que esta Associação trataria de tudo, iniciando para tal os devidos trabalhos em Setembro desse ano. Face a isto a UAV desistiu do seu papel organizativo das mesmas, colocando todo o seu apoio á disposição para tal fim.
A 29 de Dezembro desse ano realizou-se uma Assembleia Geral para eleição dos novos corpos gerentes.

Em oficio enviado em 3 de Janeiro de 1930 ao Visconde de Morais a agradecer mais um donativo pode ler-se:
“Numa terra como Vila Real onde as indústrias são substítuidas por uma crise de trabalho quase permanente, muito apreciável é verem-se corações generosos como o de V.Exa. repartirem com os desprovidos da sorte, o produto dum trabalho honrado que, muito justamente, poderiam guardar.
São actos destes que enobrecem aqueles que, como Vossa Excelência passando a vida inteira numa labuta constante e honesta, não se esquecem dos humildes procurando suavizar-lhe as amarguras que diariamente os torturam. ” 
O presidente da Direcção era então Afonso José Gonçalves Aranha, Manuel Pereira era o Secretário, e o tesoureiro era José Manuel Gaspar.
Em vários ofícios datados de 13 de Janeiro a acusar valiosas contribuições (nomeadamente 100$00 e 1000$00).
Sabemos ainda que foram doados 25 cobertores por A.J. da Silva Pereira do Centro do Minho (Rio de Janeiro – Brasil), á semelhança do ano anterior para as famílias dos associados mais pobres.
 Foi criado nesta altura o modelo a servir para os anos seguintes relativo ao suposto legado relativo ao testamento de D.Vírginia Teixeira Brouillard, que se transcreve:
Recebi da Administração do Hospital da Divina Providência desta cidade, a importância de Duzentos escudos, proveniente do legado correspondente a 1 de Maio de 1929, que foi declarado á União Artística Vilarealense, desta cidade, pela benemérita D.Virginia Rosa Teixeira.
Vila Real, __ de _______ de 1930
A 19 de Fevereiro de 1930 a Direcção da União Artística Vilarealense deu conhecimento da seguinte moção, via ofício enviado para a Redacção d’O Jornal “A Pátria Portuguesa” do Rio de Janeiro, Brasil, para o Presidente do Centro Transmontano do Rio de Janeiro Brasil e ainda para o Presidente do Centro do Minho do Rio de Janeiro Brasil, que a seguir se transcreve:
“Considerando que esta Associação se interessa nomeadamente por tudo quanto possa prestigiar e engrandecer a Pátria Portuguesa;
Considerando que esse prestígio e engrandecimento se faz, principalmente, pela acção dos Portugueses mais bem dotados, mais talentosos e trabalhadores;
Considerando que, entre eles, se conta o sr. Dr. Nuno Simões, sócio benemérito e protector desta Associação, que a convite do Centro do Minho vai realizar uma viagem de estudo e propaganda do nome Português, na grande Nação Brasileira;
Considerando que dessa viagem resultarão os maiores benefícios para a nossa política externa, para a laboriosa e grande colónia Portuguesa que, lá fora, se impõem, pela sua honradez, amor ao trabalho e Patriotismo, e para o nosso país;
A Direcção da União Artística Vilarealense certa de que o sr. Dr. Nuno Simões é , pelas suas primorosas qualidades, pelo seu brilhante talento, pelo estudo e conhecimento profundo de todos os problemas nacionais, pela sua grandeza mental e moral, o melhor embaixador que Portugal poderia enviar á República do Brasil, resolve por aclamação, e em seu nome e de todos os seus consórcios, saudar carinhosamente Sua Ex.ª, desejar-lhe a melhor saúde, e os maiores efeitos a que Sua Ex.ª pode aspirar e que nós esperançadamente, confiamos que Sua Ex.ª pode aspirar e que nós esperançadamente, confiamos que Sua Ex.ª alcançará.” A UAV associava-se assim desta forma a todas as manifestações de apreço que viessem a ser realizadas ao ilustre Português, grande jornalista e estadista, ao mesmo tempo glorificando a Pátria Portuguesa, na pessoa dum dos seus melhores filhos.
A 12 de Março de 1930 em ofício enviado ao Provedor do Hospital da Divina providência, solicitava-se a cedência de parte da cerca á Junta Administrativa do Empréstimo para o Ensino Secundário de modo a viabilizar o projecto de ampliação do Liceu.
Defendia-se que tal cedência não prejudicaria o Hospital e em muito beneficiaria o Liceu, dando solução para o problema importante da sua definitiva instalação. O que veio a acontecer a 21 de Abril, pelo que a UAV enviou em ofício os agradecimentos por tal consessão ao Ministro do Interior e ao Director Geral da Assistência Pública do Ministério do Interior, ambos em Lisboa.
A 16 de Maio de 1930  foram recebidos 200$00 do legado correspondente a 1 de Maio de 1930, que foi deixado á União Artística Vilarealense pela benemérita D, Virgínia Rosa Teixeira.
A 13 de Agosto em ofícios enviados aos Drs. Henrique Ferreira Botelho e Feliciano  sabemos que por proposta do primeiro, foi constituído um grupo de trabalho para a elaboração de um regulamento médico.

Em Assembleia Geral de 10 de Outubro de 1930 foi aprovado o primeiro Regulamento Interno, pedra basilar do funcionamento da nossa Associação.

A 28 de Dezembro desse ano realizou-se nova eleição para os órgãos sociais, sendo eleitos respectivamente para os cargos de presidente, secretário e tesoureiro os associados António Rodrigues Pinto, Alexandre da Silva Teixeira e José Manuel Gaspar.
Telegrama a Dr. Nuno Simões, Rua Coelho da Rocha,26 – 1.º Lisboa por ocasião do seu aniversário: 24 de Janeiro
No dia 27 de Janeiro de 1931 visitaram Vila Real, a convite da UAV os heróicos aviadores transmontanos; o capitão Moreira Cardoso e o tenente Sarmento Pimentel., tendo sido convidado o presidente da Câmara (nesta altura era uma Comissão), os Bombeiros Voluntários, os Bombeiros de Salvação Pública, o presidente da Academia, a Associação Comercial, os empregados no comércio, a Associação das Quatro Artes, o corpo docente da escola industrial, o orfeão transmontano, o sport club de Vila Real e o Vasco da Gama a tomar parte no cortejo que sairia da Avenida Almeida Lucena.
A 14 de Fevereiro desse ano agradece-se a Carlos Batista de barros a oferta de 12 volumes do Boletim da Agência Geral das Colónias para a nossa biblioteca.
A 27 de Fevereiro depois de convite realizado pelo Presidente da Câmara foi nomeado o Presidente do Conselho Fiscal, o sr. Roldão Alves de Figueiredo para representar a UAV na Comissão das Festas da Cidade desse ano.
Por ocasião do aniversário natalício de Francisco Lameirão (S.Paulo), 12 de Março em Moção aprovada em sessão da Direcção de 9 de Março, que a seguir se transcreve apercebemo-nos da importância deste benemérito.
“Tendo sido o ilustre Sócio Benemérito da nossa Associação, Exmo. Senhor Francisco Lameirão, que com o seu valioso auxílio nos facilitou a realização da nossa suprema aspiração – a compra de um prédio próprio para a nossa sede;
Considerando que com a compra do referido prédio esta colectividade passará, em breves dias a desempenhar a sua principal e mais importante função – a instrucção que tão necessária, se torna, ás classes operárias;
Consideramos que posto em execução este importantíssimo melhoramento fica, indubitavelmente, sendo a União Artística Vilarealense a primeira colectividade de Vila Real;
Considerando que se não fora a amabilidade que nos proporcionou Aquele Benemérito a nossa principal aspiração não passaria de uma utopia;
E atendendo à maneira generosa e franca com que Sua Excelência, recebeu o nosso apelo, ficou encerrada na acta um voto de profundo conhecimento e de eterna gratidão ao Exmo. Senhor Francisco lameirão pelas facilidades que nos proporcionou na realização de tão importante melhoramento.
A 24 de Março a UAV colocou-se ao dispor da Comissão Organizadora do Grupo de Armeiros n.º 24 para tudo que possa concorrer para o engrandecimento e defesa da pátria, da Liberdade e da Républica.
A 28 de Março de 1931 por cedência aprovada pela Direcção reuniu a Associaçõ de Foot-ball reuniu no salão das sessões, sabemos que desde Novembro de 1930, esta Associação funcionava nas nossas instalações, numa sala alugada para o efeito.
A 29 de Março a quando de um pedido de comparência para esclareciemntos relativos a especialidades farmacêuticas sabemos que o farmacêutico da UAV era José Barreira.
A 31 de Março em Assembleia Geral foi deliberado comunicar à farmácia Barreira e à farmácia mesquita que não abonasse mais os associados com medicamentos especializados. O mesmo foi ainda comunicado aos médicos da UAV: Dr. João Avelino, Dr. Henrique Botelho, Dr. Campos, Dr. Feliciano, Dr. Filinto, Dr. Madeira Pinto, Dr. Júlio Teixeira, Dr. Martins.
A 7 de Abril desse ano António Oliveira ofereceu 2 peças teatrais: Máscara Negra e O herdeiro perdido, esta com a respectiva música. Nesse altura foi feito o pedido ao Dr. António Claro, filho ilustre de Vila Real, autor de obras literárias (Tribunal de contas / Lisboa) e ao  Visconde de Carnaxide (Rua Borges Carneiro 22 / Lisboa): para que ajudassem a nossa biblioteca com algumas das suas obras, contribuindo qualquer cedência para a educação das classes trabalhadoras. Nesse pedido a UAV é caracterizada como uma Associação de Instrução e Assistência ao operariado da cidade. São ainda lembradas as dificuldades que vinha travando a UAV para ocorrer ás despesas com o fornecimento de medicamentos e subsídios pecuniários aos seus associados.
A 9 de Maio de 1931 foi enviado um ofício ao Ministro da Guerra em Lisboa manifestando profundo e reconhecido agradecimento pela colocação em Vila Real do Regimento de Infantaria n.º 13.
A 14 de Maio em sessão da Direcção foi aprovado por unanimidade um voto de louvor e profundo reconhecimento à Dona Maria Alves pereira pela confecção dos stores para todas as janelas.
A 16 de Maio de 1931 em carta enviada ao Dr. J. Bulas Cruz de Alijó a Direcção dava sinais de procurar entendimento relativo à possibilidade de ser alugado a este um espaço para consultório, tendo para o efeito colocado água e luz e também arrendado uns bancos para o referido consultório. A renda seria de 300$00.
Em 18 de Maio e face à crise vivida devida à falta de trabalho na cidade foi enviado um ofício ao Engenheiro Júlio José de Brito na Avenida dos Aliados, 9 – 4.º / Porto, autor do auto-projecto para a ampliação do Liceu, de modo a acelarar a entrega do projecto final, condição necessária para o avanço da obra. A UAV já tinha anteriormente contactado a Junta Administrativa do Empréstimo para o Ensino Secundário para que alguns dos seus associados (operários que morrem de fome por não terem onde exercer a sua actividade) podessem participar nas mesmas, com resposta positiva desta. E num segundo contacto relativo ao mais rápido começo das obras.
Em Junho a crise operária já durava há largos meses e os seus efeitos eram demolidores junto de todos. De facto em 2 de Julho em carta enviada a agradecer a generosa oferta de 500$00 por João Tocaio ás caixas de assistência da UAV, verifica-se tal facto nas palavras abaixo trabscritas:
“É-nos grato verificar que nos tempos de egoísmo que a sociedade Portuguesa vem atravessando, ainda há quem, como V. Ex.ª, apesar duma vida constante de trabalho, se lembre daqueles que esmagados por um trabalho também constante, não ganham o suficiente para o sustento das suas famílias.
Ainda é nos corações bem fornados como o de V. Ex.ª, que reside toda a esperança de melhores dias para as classes trabalhadoras.”
Em 4 de Julho de 1931 foi em Assembleia Geral deliberado proclamar Sócio Benemérito o Sr. Pedro dos Anjos Teixeira de Lisboa pelo alto significado da valiosa oferta da maqueta do monumento do glorioso transmontano, comandante Carvalho Araújo, maqueta que serve para mostrar, ainda hoje, que é à União Artística Vilarealense que se deve a erecção do referido monumento. A cerimónia de inauguração da maqueta teve lugar a 8 de Novembro desse ano.
A 31 de Julho desse ano foi pedido um orçamento ao Grupo dos Modestos, Rua Gonçalo Cristovão, Porto para o espectáculo do aniversário desse ano.
A 30 de Agosto de 1931 em sessão da presidência foi dado um voto de pesar a José Visconde de Morais pelo falecimento do seu pai, o grande Benemérito desta colectividade o Exmo, Sr. Visconde de Morais. Foi mandada rezar missa no dia 9 seguinte pelas 9 horas. O anúncio foi alvo de nota enviada para a imprensa local, nomeadamente no Povo do Norte, o Vilarealense e Calvário.
No dia 8 de Novembro pelas 14 horas foi inaugurada oficialmente a Maqueta do Monumento erigido na cidade ao glorioso marinheiro e Transmontano, Carvalho Araújo. Alguns dos convidados pela UAV para esta cerimónia:
A.J. Silva Pereira, Dr. Serra, Dr. Sebastião Ribeiro, Dr. Cardona, Dr. Lisboa, Henrique Nogueira, Albano Aires, ainda a Imprensa e todas as colectividades existentes.
A 13 de Novembro em ofício enviado ao Professor Henrique José Nogueira concluímos que a UAV pretendia reatar o curso nocturno de instrução primária há anos interrompido, tendo para isso solicitado ao referido professor os seus serviços para esse fim, o que veio a acontecer, tal como o professor Albano Botelho da Silva Aires.
A 25 de Novembro foi constituída uma comissão composta pelos associados: Agostinho Celestino, Adolfo Pereira de Azevedo e Âmandio Ferreira, que ficaram responsáveis pela elaboração da lista dos Corpos Gerentes até 6 de Dezembro desse ano para os Corpos Gerentes da UAV.
Nessa data num ofício enviado a Albano Aires e Henrique Nogueira em resposta a pedido destes, informava-se o Grupo de Adueiros n.º24 “Carvalho Araújo”, que devido ás dificuldades financeiras que a UAV atravessava nessa altura, não poderiam contar no imediato com mais mobiliário escolar.
No Natal nesse ano, tal como era costume A. J. da Silva Pereira do Bairro de Famalicão ofereceu 20 cobertores, que foram distríbuidos pelos sócios mais necessitados. No ofício enviado em 24 de Dezembro a agradecer a oferta pode-se ler o papel nobre de todos aqueles como referido benemérito não se esqueciam nessa quadra dos que lutavam contra a miséria, que infelizemente nessa altura, era vivida pelas classes trabalhadoras.
A 23 de Dezembro em Assembleia Geral foi eleito para Presidente o sr. José Manuel Gaspar, para Vice-presidente o sr. Estanislau Cramez, para Secretário, o sr. Manuel Pereira, e para Tesoureiro o sr. Manuel Alves Janeiro.

24 de Janeiro, aniversário natalício do sócio benemérito Sr. António Rodrigues Pinto / Vila Real.
29 de Janeiro, aniversário natalício do sócio benemérito Sr. A. J. da Silva Pereira / Famalicão.
30 de Janeiro, aniversário …                                                    Dr, Nuno Simões / Rua Coelho Rocha 26-1-º / Lisboa.
A 29 de Janeiro de 1932 em ofício dirigido ao presidente da Comissão Administrativa da CM de Vila Real, sabemos que foram oferecidos alguns livros e outro material de ensino para o Curso Nocturno “Silva Pereira”.
Dessa data consta o Memorial para a Assistência Pública, dirigido ao Exmo. Sr. Luis Machado Pinto, director geral da Assistência Pública, que a seguir se transcreve:
“A União Artística Vilarealense é a mais antiga organização operária de Vila Real. A sua acção é essencialmente beneficiente e de protecção ás classes trabalhadoras, tem nos últimos tempos, enfraquecido essencialmente, devido à exiguidade de recursos.
A Caixa de Socorros, Madame Brouillard e Caixa de Auxílios Visconde de Morais que são, como que um sólido esteio para o operário quando doente, e impossibilitado de trabalhar tem quase que esgotadas as suas reservas monetárias. Se para bem cumprir a sua missão, a Direcção desta colectividade vale-se de todos os meios legais ao seu alcance para que não cesse nunca, a tão necessária protecção aos seus associados que hoje mais que nunca devido à pavorosa crise de trabalho, dela tão insistentemente carecem e carecem todos, sendo por esse motivo considerada Associação de Beneficiência.
A União Artística, tendo já recebido da Assistência Pública, importantes donativos destinados ás suas referidas Caixas de Socorros e Auxílio, vem solicitar-lhe a sua valiosa intervenção no sentido de enviar todos os melhores esforços para que pela Assistência Pública lhes seja destinada uma verba com idêntico fim.”
Em ofício enviado a 24 de Janeiro de 1932, ocasião da data do aniversário do benemérito A. J. Silva Pereira, sabemos que a ele se devem as duas escolas construídas na UAV. Ainda existe alusão à maternidade inaugurada nesse dia, obra que este também protegeu e já havia lançado a primeira pedra da mesma, exactamente um ano antes.
30 de Janeiro Dr. Nuno Simões
Em Fevereiro desse ano por decisão da Direcção da UAV foi suspensa a cedência da sala na nossa sede que a Associação de Foot-Ball usava, com efeito a 1 de Março desse ano.
Em ofício enviado em 17 de Julho desse ano ao Administrador do Concelho de Vila Real, em obediência ao ofício procedente n.º695 sabemos que para além da localização da sede em prédio próprio, na Avenida Carvalho Araújo, números de polícia 4, 6, 8 e 10, que a UAV tinha 119 sócios efectivos. ( Nesta altura sabemos que no inicio do ano Pedro Alves da Fonte tinha sido vogal efectivo, mas entretanto tinha sido substítuido)
Em 27 de Junho de 1932 e fruto de uma confusão originada pelo nome da nossa Associação, foi enviado um ofício ao Sr. Engenheiro Chefe da 3 Secção das Insdústrias Hidráulicas / Porto , n.º62, onde se fazia alusão à referida confusão do engenheiro Sr. Raimundo Ferreira e se esclarecia:
“… a nossa União Artística Vilarealense, é uma colectividade operária de socorros mútuos, não como talvez o Sr. Raimundo Ferreira o julgou pelo nome dela uma casa onde se realizassem quaisquer diversões.
Pagou esta colectividade ainda há pouco tempo a taxa anual das Indústrias Eléctricas e não vimos razão para isso pois que a instalação foi feita pelo pessoal dos serviços municipalizados desta cidade.
Tendo esta Direcção ido ao Governo Civil deste distrito para nos informar, sobre a requisição da licença passada pela Inspecção Geral dos Teatros, foi-nos dito pelo secretário geral depois de ter consultado na nossa presença e legislação em vigor que as leis só se referem ao Teatro e Cinemas e etc. e que sobre a nossa Associação nada havia determinado, não vendo por isso direito ás exigências do Sr. Engenheiro Ferreira. Sustentando a União Artística Vilarealense dois cursos nocturnos do ensino primário elementar sem qualquer ajuda do Estado; deles beneficiam os filhos dos seus associados, que por carência de recursos não podem mandá-los ás escolas oficiais por recursos minguados e lhe fazerem arranjo os pequenos salários que ganham.
Terá a União Artística Vilarealense para continuar a manter os seus cursos de requisitar a tal licença, para espalhar a luz redentora da Instrução que hoje mais que nunca, tão necessária se torna, aqueles que pela condição do destino ao Mundo vieram só para trabalhar. Mas para o elevado critério de V. Exa. apela a Direcção da UAV ciente de que V.Exa. a isentará de tal encargo.
Neste ano na cidade gerou-se uma acesa polémica devido às conferências realizadas na UAV por iniciativa do Reitor do liceu de Vila Real, o Dr. Pedro Maria da Cunha Serra.
A UAV em ofício de Março já tinha manifestado junto do Reitor, por carta enviada a este, o interesse da continuação das referidas iniciativas que em muito engrandeciam em suma a própria cidade, apesar de algumas vozes que discordavam das mesmas devido ao pretenso carácter político das mesmas.
Em resposta de 19 de Março o Reitor indicou o retomar das mesmas para Outubro, de modo a que o tempo acalmasse as paixões cegas dos mal intencionados.
Depois em ofício de resposta enviado ao Sr, Magistrado Sindicante dos factos ocorridos entre o Liceu e o Governo Civil, consta-se ainda que os factos ocorridos que levaram à demissão de vogal de Pedro Alves da Fonte nada teve qualquer interferência do Reitor do Liceu e que a mesma se deveu apenas a uma decisão livre e de espontânea vontade da Assembleia Geral.
Em sessão solene de homenagem a A.J. da Silva Pereira de 30 de Outubro de 1932 foi nomeada sócia desta colectividade a Exma. Sr. Dona Alcina Pereira / Bairro do Minho / Famalicão.
A 6 de Novembro de 1932 pelas 14 horas realizou-se outra sessão solene alusiva ao Aniversário desse ano, para a qual foram convidados nomeadamente o reitor do Liceu, o Dr, Pedro Serra; o professor do Liceu de Vila Real, o Dr. Manuel Cardona; o Dr. Alberto Pinto (Lisboa); Dr. Júlio António Teixeira, o Director da Ordem Nova, o Director do Vilarealense, o Director do Notícias de Vila Real, o Presidente da Academia; o Comandante dos Bombeiros Voluntários; o Comandante de Salvação Pública; o Presidente dos empregados do comércio; o Comandante da Segurança Pública; o Dr. Henrique Botelho; o Dr. António Feliciano; o D’António Feliciano; o Capitão António José da Silva; o Director da Escola Industrial; o Arcebispo Bispo de Aveiro D. João Evangelista de Lima Vidal (Linha do Vale do Vouga / Cucujães Minho); o Dr. Francisco Artur Correia; António Vieira Claro; o Inspector Albano Botelho Aires e o Professor Henrique José Nogueira.
No final desse ano foi constítuida uma comissão a fim de organizar a lista de novos corpos gerentes até 6 de Dezembro de 1932 para o ano de 1933. Faziam parte dessa comissão. Germano José Nogueira, António Rodrigues Grande e Manuel Afonso.
Em 25 de Dezembro de 1932 realizou-se uma Assembleia Geral donde resultou a eleição dos novos corpos gerentes para o ano de 1933. Para Presidente, Secretário e Tesoureiro foram eleitos respectivamente, Manuel Alves Janeiro, Lourenço Henrique Ferreira e José Manuel Gaspar.

No Carnaval de 1933 a 27 de Fevereiro realizou-se uma sessão solene com a inauguração do retrato de A.J. da Silva Pereira e sua Exma. Esposa, contando com a presença dos referidos homenageados.
Em Agosto desse ano o Presidente era já José Maria de Morais.
Em Setembro num pedido de convocatória de Assembleia Geral ao presidente da mesma, sabemos que devido ao insuficiente saldo da Caixa de Subsídios Visconde de Morais, e também devido á forma como os seus associados se vinham a comportar nos levantamentos a que tinham direito a sua continuidade estava em causa, e assim, seriam ouvidos os sócios sobre esse assunto em Assembleia Geral a realizar ainda antes do aniversário desse ano.
Em Novembro em ofício enviado ao Presidente da CM de Vila Real é solicitado um abatimento de preço da luz e água face a igual desconto noutras colectividades locais e logicamente á complicada situação económica em que vivíamos.
Ao Governador Civil nessa altura foi enviado um ofício solicitando que intercedesse junto do Ministro da Instrução a fim de que o curso nocturno passa-se a ser oficial nomeando para ali um professor.

Em 14 de Março de 1934 foi lavrada uma acta de agradecimento ao sócio Manuel Alves Janeiro pela oferta de um mapa de Portugal, de grande utilidade para os cursos nocturnos.
Nesse ano foram enviados os votos de Boas Festas a todos os sócios Beneméritos.
Francisco Lameirão / Rua Monsenhor de Andrade n.º 47 Brasil São Paulo

Em 25 de Maio de 1935 em harmonia com o disposto no artigo 1 da lei n.º 1901 de 21 de Maio de 1935, publicado no Diário do Governo n.º 115, 1.ª série do mesmo dia foram enviadas cópias autenticadas dos estatutos e regulamento da Caixa de Socorros D. Virgínia Teixeira Brouillard, bem como a relação de sócios como a indicação dos cargos que exercem ao Govcernador Civil. O Presidente era José Manuel Gaspar
Em 27 de Dezembro foram enviados Cartões de Boas Festas a todas as colectividades, Bombeiros e sócios beneméritos.

Em 24 de Janeiro de 1936 o presidente era Manuel Janeiro.

Em 24 de Janeiro de 1937 o presidente era José Manuel Gaspar.

Em 17 de Setembro de 1938 era negado o pedido de cedência para a realização de uma reunião na UAV do Football Club Vilarealense.
Em 24 de Dezembro de 1938 eram enviadas as Boas Festas para todos os sócios beneméritos, autoridades e colectividades.
Nessa altura foi atribuída a António Teixeira a obra de carpintaria de acordo com proposta entregue. A obra de pintura foi entregue a João do Pedro.

Em 26 de Dezembro de 1940 foram nomeados os sócios José Pires Granjo, Francisco Salgado e João Pinto para organizar a lista dos corpos gerentes para o ano de 1941.
Foram enviadas as Boas Festas para:
. Governador Civil
. Comandante da Polícia
. Presidente da Câmara
. Francisco Lameirão
. José de Sousa Morais
. Dr. Henrique
. D. Alcina Pereira
. Empregados do Comércio
. Grémio Comercial
. Bombeiros Voluntários
. Bombeiros Voluntários de Salvação Pública
. D. Ademia Ribeiro
. António Rodrigues Pinto
. D. João Evangelista (Bispo)
. Dr. Júlio
. Henrique Nogueira
. Dr Alberto (Lisboa)
. Dr. Serra
. Dr. Correia
. José Pires Granjo
. Albano Aires
. Inspector Escolar
. Delegado do Instituto Nacional
. João Tocaio
. Dr. Simões
. Associação de Futebol
. João Batista Pinto
. Dr. Feliciano
. Director da Escola Comercial
. Director do Vilarealense
. Director da ordem Nova
. Guilhermino Gomes
. Direcção do Sport Club
. Joaquim Lobo
. Dr. Domingos Campos
. Reitor do Liceu

A.J. Silva Pereira faleceu a 19 de Dezembro de 1941.
Em 20 de Março de 1951, José Maria de Almeida fez a sua apresentação para continuar a exercer o cargo de Presidente da Direcção. Nesta data o Presidente era José Manuel Gaspar, o Vice-Presidente era Almor Augusto Cardoso e o Presidente da Assembleia Geral era Fernando António Teixiera.
Da comissão encarregada de organizar a lista dos corpos gerentes para o ano de 1942 faziam parte: Alfredo José de Souza, Aníbal Ferreira e Francisco Salgado.
Em 24 de Dezembro foram enviados os votos de boas festas a todas as Colectividades, Bombeiros e Sócios Beneméritos da nossa colectividade.

A 20 de Março de 1947 em ofício enviado ao Dr. Nuno Simões (Rua do Almim, n.º 33 . 2.º Lisboa) a quando do agradecimento por mais um donativo deste benemérito, sabemos que o secretário era Estanislau Fernandes.

A 13 de Junho de 1948 faleceu o presidente José Manuel Gaspar.

Em 16 de Março de 1949 por ocasião da cedência do salão da União ao Comissariado do Desemprego do distrito de Vila Real sabemos que o Presidente era Amândio Ferreira, o Secretário era António Ribeiro.
Em 24 de Julho a União participou no II Congresso Nacional das Colectividades organizada pela Federação das Colectividades de Educação e Recreio, tendo realizado igualmente a sua inscrição na referida federação em Julho desse ano em ofício enviado no dia 4.

Do livro de actas da Assembleia Geral, com termo de abertura de 12 de Fevereiro de 1950, assinado pelo Secretário Arnaldo Rebelo da Silva e pelo Presidente Aníbal Ferreira,…

No dia 12 de Fevereiro de 1950 em reunião de Assembleia Geral foi aprovada a alteração da quotização mensal e outros encargos associados aos Sócios Efectivos, tais como: “2$50 (quotas, cartões de associados, estatutos e diplomas), 5$00 (emblemas), 7$50 (jóias) ”.
Foi implementado também o pacote 15$00 (jóia+diploma+emblema), que podia ser pago também em prestações mensais (3$00).
Por proposta de José Maria de Almeida foi aprovada a obrigação da Colectividade fazer o funeral com todos os encargos aos Associados efectivos, desde que estes tenham os seus direitos adquiridos. Ainda por iniciativa deste, foi autorizado ao Tesoureiro ter em seu poder a quantia de 500$00.

Na reunião de 22 de Abril de 1950, por proposta de António Albano Pereira ficou resolvido fazer algumas alterações aos Estatutos da UAV. Nessa data atribui-se ainda competência à Direcção para nomear sempre que preciso uma Comissão de Festas a realizar no salão da UAV e, com plenos poderes para o que fosse necessário.
o que veio a acontecer em 15 de Maio de 1950.
Verificamos que os referidos Estatutos foram assinados nessa data por:
 José Maria de Almeida (Presidente), António Rodrigues Grande, José Maria de Morais, Joaquim Barreiro dos Santos, António Ribeiro, António Moreira e Sebastião Rodrigues Gaspar, membros dos Órgãos Sociais nessa altura.
Realizou-se uma Assembleia Geral ordinária em 4 de Dezembro de 1950 onde foi nomeada uma Comissão para posterior eleição dos Corpos Gerentes.
Na reunião de 12 de Dezembro de 1950, destaca-se a decisão da realização trienal da eleição dos Órgãos Sociais dos Corpos Gerentes e a implementação da regra da primeira convocatória, em que as Assembleias Gerais funcionam em segunda convocatória sessenta minutos depois da hora agendada da primeira convocatória, com qualquer número de Associados presentes. Nesta altura o limite de idade para admissão foi fixado em 45 anos, e foi também aqui que se decidiu implementar um cartão de Associado e depois de revistos, dar um exemplar dos Estatutos a cada Associado.

De diversa correspondência interna, e outra recebida do exterior…

Em 19 de Fevereiro de 1950 decorreu uma reunião de aprovação de contas da gerência do ano anterior, que foram aprovadas por unanimidade. Por proposta de Francisco Salgado foi dado um voto de louvor à Direcção pelo zelo e carinho dispensado à UAV.

Em Março de 1951 o Presidente era José Maria de Almeida e o vice-presidente Almor Augusto Cardoso e o lema era “A bem da educação e do recreio”.
A 25 de Março de 1951 realizou-se uma matine dançante.

Realizou-se em 23 de Janeiro de 1952 uma reunião da Assembleia Geral para aprovação de contas de 1951.
A 16 de Fevereiro de 1952 realizou-se um espectáculo.
A 17 de Fevereiro de 1952 o baile necessitou de serviço extraordinário até às 04 da manhã pela quantia de 17$50 para a PSP.
A 13 de Abril de 1952 matiné dançante.

A 10 de Maio de 1953 realizou-se uma matinée dançante.

A bem da cultura e do recreio
O presidente era Sebastião Mateus.

No Carnaval de 1954 levou a efeito duas matinés dançantes, uma a 28 de Fevereiro e a outra em 2 de Março.
Em Março de 1954 a Direção do Distrito Escolar de Vila Real fez chegar o IV Plano de Educação Popular pelo que é seguro afirmar que o curso de instrução já funcionava na sede ou estava em fase embrionária.
Desse mês ainda de destacar os ofícios enviados à CP para organizar um passeio de comboio para 1 de Agosto com destino ás Pedras Salgadas.
Do mês de Abril de 1954 remontam os primeiros ofícios enviados para o Gerente da Filial da Caixa Geral de Depósitos Crédito e Previdência de Vila Real alusivos a movimentos de conta e mudança de titulares.
A 18 de Abril realizou-se mais uma matiné dançante.
Em Maio mais uma vez cumpriu-se o legado da Benemérita D. Virginia Rosa Teixeira e recebeu-se a quantia de 200 escudos do legado correspondente a 1 de Maio de 1954.
A 31 de Outubro realizou-se mais uma matiné dançante. A 1 de Novembro com a alvorada anunciada por uma salva de 21 morteiros e por uma banda de música, que percorrerá as ruas da cidade; comparência dos associados na sede; missa celebrada na Sé; romagem aos cemitérios; cumprimentos ás autoridades; sessão solene; espetáculo de gala no Teatro Avenida.
Realizou-se mais uma passagem de ano com soirée dançante.
Da comissão organizadora para os Corpos Gerentes para o ano de 1955 faziam parte: Plácido Augusto, Félix Nogueira de Carvalho, Arlindo Fernandes,

A 20 e 22 de Fevereiro como habitual realizaram-se duas matinés dançantes.
A 10 de Abril realizou uma matiné dançante.
Nos dias 31 de Outubro e 1 de Novembro de 1955 realizaram-se as comemorações do 45.º Aniversário com baile; alvorada e uma salva de 21 tiros e por uma banda de música, no caso a Banda de Música de Mateus a percorrer as ruas da cidade; reunião na sede; Missa na Sé; Romagem aos cemitérios de Santa Iria e São Dinis; cumprimentos às autoridades; espetáculo no Teatro Avenida.
Realizou-se uma soirée dançante pela passagem de ano em Dezembro de 1955.
A comissão organizadora para os Corpos Gerentes de 1956 era constituída por: José Mateus, Luís Maria Coutinho e Francisco Salgado.

Em Fevereiro de 1956 foi efetuado um contacto junto das Organizações Crisális Lda, na Calçada do Combro em Lisboa para reforçar e tentar implementar uma melhorada biblioteca.
A 10 de Março de 1956 realizou-se na sede o 1.º Campeonato de Gamão, com 25 participantes: Francisco Henrique Pinto, Alberto dos Santos Lameirão, Faustino J. G. Costa, Ildeberto Mota Pereira de Matos, Jaime Gonçalves das Neves, Licurgo G. Carvalho, Luís A. Silva, António da Silva Barreira, Joaquim A. Rodrigues, Joaquim Furriel, Sebastião Mateus, Alfredo Luís dos Santos, Adelino Roçadas, Arlindo B. Pereira Botelho, António Júlio Pereira, António Mendes, José Guilhermino Borges, José Fernandes Pinto, Armando da Cruz Martins, Eduardo C. Lopes, Fernando R. Nascimento, Cesário Antunes, Victor M. Silva, Fernando Araújo e Alexandre José Barreira. Na organização do Campeonato estiveram: Francisco Henrique Pinto, Faustino J. C. Costa  e Arlindo B. Pereira Botelho.
A 1 de Abril de 1956 ás 14 horas realizou uma matine dançante para os seus associados sem entradas pagas.
A 13 de Abril de 1956 foi devolvido um tabuleiro de Gamão ao Club de Vila Real assim com um outro ao Grémio do Comércio de Vila Real.
Em 18 de Maio de 1956 e em 1 de Julho de 1958 em ofício enviado se declarava receber da Administração do Hospital da Divina Providência, desta cidade, a quantia de 200$00 proveniente do legado, correspondente a 1 de Maio, que foi deixado à UAV, pela benemérita D. Virgínia Rosa Teixeira.
A 26 de Junho de 1956 foi efectuado o pedido de orçamento a Cesário Ferreira Antunes da Rua Dr. Roque da Silveira, António Gomes de Almeida da Rua da Fontinha, e António Camilo Areias da Rua da Fonte Nova, para arranjo no escritório e sede para obra a realizar no Verão desse ano.
Em 29 de Outubro de 1956 foi enviado em ofício convite aos presidentes de várias coletividades da cidade (Liga dos Combatentes da Grande Guerra de Vila Real, Sindicato Nacional dos Operários da Indústria da Panificação do distrito, Sindicato Nacional dos Motoristas de Vila Real, Sindicato dos Operários da Construção Civil e Ofícios Correlativos do distrito) para comparecerem nos festejos de aniversário desse ano.
A 31 de Outubro de 1956 pelas 21:00 realizou-se um Baile para associados beneméritos e ordinários.
A 1 de Novembro de 1956 pelo Aniversário 46 esteve presente a Banda de Mateus, por acordo com o seu regente António Silva para a arruada ás 07:00 pelas ruas da cidade, e missa ás 10:00 com o Padre Henrique Maria dos Santos, com posterior romagem aos cemitérios de Sta Iria e S.Dinis.; às 09:00 ainda ouve alvorada anunciada por uma salva de 21 tiros; ás 09:30 comparência dos sócios na sede e a fechar ás 21:15 espectáculo de gala no Teatro Avenida.
A 7 e 9 de Novembro de 1956 realizaram-se 2 espectáculos cinematográficos na sede.
Pedido documentado de 29 de Outubro de 1956 para comparência, do Sindicato Nacional dos Operários da Indústria da Panificação do Distrito de Vila Real, Sindicato Nacional dos Motoristas de Vila Real, Sindicato dos Operários da Construcção Civil e Ofícios Correlativos do Distrito de Vila Real e Liga dos Combatentes da Grande Guerra de Vila Real,  na missa de 1 de Novembro, bem como os respetivos estandartes.
Saldo do Ano de 1956: 15.414$30
Quotizações: 19.378$00
Organizações Festivas: 5.237$50
Donativos de particulares: 1.160$00
Outras: 16.385$30
Total: 57.375$10
Despesas com organizações Festivas: -4.087$40
Licenças e impostos ao Estado: -1.288$00
À CM: -1.050$40
Outras: -29.156$60
Total: -35.562$40
Saldo para 1957: 22.012$70
Em móveis mobiliário: 6.000$00
Em dinheiro ou papeís de crédito: 22.012$70

A 31 de Dezembro de 1956, 1957, 1958 (FO), realizou-se uma soirée dançante para os seus associados sem entradas pagas.

Comissão Organizadora dos Córpos Gerentes para 1957: Plácido Augusto, Félix Nogueira de Carvalho e Armindo Fernandes
Em Fevereiro de 1957 a Câmara Municipal de Vila Real autorizou o uso das armas da cidade no emblema que ainda hoje se usa.
A 11 de Março de 1957 em pedido de substituição de equipamentos dirigido ao Diretor dos Serviços Administrativos da E.N. em Lisboa , verifica-se que a UAV teve um televisor anterior Blaupunkt n.º E 42165-E 05 e substituía o mesmo por um Grundig 9685X17212, e solicitava o seu registo.
Data ainda de Março o envio do impresso relativo à estatística da Educação Física, Desportos e Recreio relativo ao ano de 1956.
Em 21 de Abril, 25 de Agosto e 209 de Setembro de 1957 realizaram-se três matinés dançantes destinadas aos associados e sem entradas pagas.
Em Março de 1957 a UAV foi informada que iria receber o Diploma de Medalha de Instrução e Arte, diploma que ainda hoje existe nas paredes da Secretaria Geral.
Em 1957, segundo os impressos do INE eram 586 associados, foi realizada 1 récita em teatro público, 8 bailes para associados, funcionava a escola de ensino primário com 1 professor para 30 homens, 1 biblioteca com 267 volumes, 172 livros consultados e 70 leitores, 3 serões culturais e 1 sarau e os já referidos 8 bailes.
Realizou-se no dia 31 de Outubro uma soirée dançante inserida no programa das comemorações do 47.º Aniversário da fundação.
Em Dezembro de 1957 o Presidente era Francisco de Oliveira, o secretário era Francisco Henrique Pinto, e o mote da Direção era “A bem da Cultura e do Recreio”.
Saldo do ano de 1957 : 22.012$70
Quotizações: 17880$00
Organizações Festivas: 4.562$00
Donativos de particulares: 250$00
Outras Receitas: 16.729$30
Total: 63.434$00
Despesas com Organizações festivas: -2969$00
Licenças e impostos ao estado: -1.419$50
À CMVReal: -1.207$00
Outras: -45.447$10
Total: - 51.042$70
Saldo a transitar: 12.391$30
Bens existentes em móveis de mobiliário: 23.000$00
Em dinheiro ou papeis de crédito: 12.391$30

Em 30 de Janeiro de 1958 foi enviado um telegrama ao Dr.Nuno Simões por ocasião do seu aniversário.
Em Fevereiro no impresso do Instituto Nacional de Estatística se concluí que a UAV tinha 673 associados. Durante o ano anterior (1957), realizou uma récita em teatro público e 10 bailes para associados. No que confere à Educação Intelectual funcionava uma escola de ensino primário, com um professor e trinta alunos homens, na biblioteca existiam 267 obras, sendo 50 o número de volumes consultados, por 20 leitores.
Na ação cultural foram realizados 2 serões culturais, 1 sarau e 10 outras iniciativas (bailes para associados).
Entre 16 e 18 de Fevereiro de 1958, altura em que Francisco de Oliveira exercia o cargo de Presidente da Direcção, a UAV levou a cabo 3 matinés e 2 soirés dançantes destinadas exclusivamente para sócios e sem entradas pagas.
A outra foi a 24 para fazer um baile de despedida a um associado.
Nessa altura a taxa para direito de execução foi de 150$00.
Em Fevereiro de 1958 foram realizadas três matinés e duas soirées dançantes nos dias 16,17 e 18.
A 3 e 5 de Março mais duas matinés dançantes.
Dos impressos do Instituto Nacional de Estatística se conclui que nesse ano faziam parte da UAV 673 associados, tendo sido ainda realizado nesse ano 1 espectáculo em teatro público e 10 bailes para associados.
Estava em funcionamento a escola de ensino primário com 1 professor  e 30 alunos todos homens.
Possui-a então uma biblioteca com 267 obras, 20 leitores e 50 livros requisitados.
2 serões culturais foram realizados e 1 sarau.
1 mesa de ping pong.
A 6 de Abril de 1958 realizou-se mais uma matinée dançante.
2 Bailes foram realizados em Fevereiro de 1958, nos dias 15 e 16.
A 15 de Dezembro de 1958 reuniu a comissão organizadora para eleger os Novos Corpos Gerentes para o ano de 1959, sendo constituída a mesma por: Francisco Ezequiel Salgado, António Ribeiro, Joaquim Barreira dos Santos,


A 1 de Novembro de 1959 foi projectado o filme “Marcelino Pão e Vinho”. Por 923$00.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixe-nos a sua opinião, a sua pergunta, comentário ou sugestão.
Todas serão tidas em consideração. Obrigado pela sua visita...

Valências Mutualistas I

Apenas após duas reuniões de direcção realizadas, desde a decisão de 12 de Dezembro de 1909 de fundar uma associação de pobres e humildes a ...